Do silêncio da concha

Do silêncio da concha
performance,2010

Por meio de experiências que ativam o espaço e suas potências sensoriais, uma performance instaura‐se durante três dias na praça Tubal Vilela em Uberlândia, no espelho d’água localizado em frente ao posto policial, onde antes existia uma concha acústica (até o ano de 1992). Através do cuidado com o lugar, ao lavar e encher o espelho d'água, e da ativação da sensibilidade no contato com água e conchas, a ação questiona os usos e transformações do espaço público trazendo à tona novas propostas de ocupação. Depositando no espelho a água coletada em cachoeiras da cidade com algumas garrafas pet, efetuamos uma ação simbólica que conecta o elemento de fluxo entre o natural e o urbanizado, remetendo, ainda, a um ritual de purificação. Ouvimos conchas do mar e convidamos os passantes a ouví‐las e entrar no espelho d'água. A analogia da concha acústica com a concha do mar e a tentativa de ouvir, no silêncio da concha, o som de um outro espaço ou de um outro tempo, cria um estímulo para a transcendência e a reinvenção do lugar cotidiano que se encontra impregnado pelo signo da vigilância. Ao dialogar com o elemento arquitetônico e remontar à memória do espaço, a performance convida o transeunte a refletir sobre seu próprio corpo no espaço urbano e como este pode ser transformado pela sua ocupação e interferência.

Criação e performance: Ana Reis e Cássia Nunes
Vídeo: Guarany Lavor e Ricardo Alvarenga
Fotos: Thiago Carvalho
Duração: 3 dias, média de 3 horas por dia
Locais de realização:
Praça Tubal Vilela, Edital de seleção Projeto Arte Móvel Urbana 2010 ‐ Secretaria Municipal de Cultura de Uberlândia














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