Conector-mamário


Conector-mamário
performance, 2014

Duas mulheres se unem através do objeto conector-mamário formando um circuito de absorção-secreção que remete ao próprio ciclo da vida ao evocar as potencialidades do leite enquanto matéria orgânica relacionada à fertilidade, alimentação e cura.

Este trabalho integra um conjunto denominado de 'performances sazonais', conceito desenvolvido para pensar sobre  trabalhos que necessitam de épocas ou momentos de vida específicos para serem realizados, devido as condições peculiares que lhes caracterizam.
A performance 'Conector-mamário' será realizada 07 vezes durante a fase de amamentação de uma das performers, formando um ciclo de 7 apresentações, número que faz referência à um padrão ritual de banhos recomendados  em trabalhos espirituais da umbanda.

Criação  e performance:  Ana Reis e Cássia Nunes
Duração: 30min.

Locais de Realização: SESC Tocantins - Festival Convergência – 2014/Palmas-TO

  








Moto-contínuo: serra-argila-corpo

Moto-contínuo: serra-argila-corpo
performance/vídeo, 2013

Realizada  numa mina de argila na Fazenda Fortaleza (Município de Cumari - GO), a performance traz o desejo de outros modos de ocupação, vinculados à dimensão sensorial e afetiva, à possibilidade estética inerente a terra. Opera uma composição entre serra, argila e corpo, numa escultura viva, onde a escultora emplasta o próprio corpo com a matéria moldante, a argila, para a reconstrução do objeto e do corpo noutras formas e materialidades. Permeado pela dimensão do risco e do corte, assume a transitoriedade de estados corporais e escultóricos, numa sucessão de engrenagens entre serra, argila e corpo. A serra como engrenagem do corpo, o corpo como engrenagem da argila,a argila como engrenagem da serra e múltiplas composições possíveis que desdobram a memória do espaço.

Performance:  Ana Reis
Construção do objeto serra: Cacá Fonseca
Duração: 30min.

Criado na Residência artística Topografia Aérea: uma fábula sobre poleiros e artistas
Vídeo apresentado na exposição itinerante Salvador - BA, Belo Horizonte - MG, Aracaju - SE, Goiânia - GO
Contemplado pela Rede Nacional Funarte de Artes Visuais








Deserto de sal

Deserto de sal
performance, 2012

Duas pessoas derramam 60kg de sal sobre um corpo deitado no chão.
A quantidade de sal equivale ao  peso do corpo.

Sal.
Sólido cristalino.
Pode ser encontrado em pequenos cristais, direto das salinas ou nas minas subterrâneas.
Processo de evaporação da água do mar ou do lago salgado.
Usado para preservar os alimentos.
Foi moeda de troca, escambo.
Chamado de ouro branco, artigo de luxo.
Dele deriva a palavra salário [aquilo que nós artistas não sabemos bem o que é].
Eu tô no sal.
O sal grosso, sem refino.
Na mumificação, cobre o corpo.
Para preservação dos órgãos, deixe secar por 70 dias.
Higroscópico, absorve a umidade do ambiente.
Purifica a aura humana e retira os miasmas.
No Salar de Uyuni, 12km2 de 10 bilhões de toneladas de sal formam a maior planície salgada do mundo.
Deserto de sal.

Criação e performance:  Ana Reis
Duração: aprox. 20 minutos

Locais de realização:
Espaço Labiríntimos, ROÇADEIRA - encontros performáticos em lugares improváveis/Goiânia - GO





Do silêncio da concha

Do silêncio da concha
performance,2010

Por meio de experiências que ativam o espaço e suas potências sensoriais, uma performance instaura‐se durante três dias na praça Tubal Vilela em Uberlândia, no espelho d’água localizado em frente ao posto policial, onde antes existia uma concha acústica (até o ano de 1992). Através do cuidado com o lugar, ao lavar e encher o espelho d'água, e da ativação da sensibilidade no contato com água e conchas, a ação questiona os usos e transformações do espaço público trazendo à tona novas propostas de ocupação. Depositando no espelho a água coletada em cachoeiras da cidade com algumas garrafas pet, efetuamos uma ação simbólica que conecta o elemento de fluxo entre o natural e o urbanizado, remetendo, ainda, a um ritual de purificação. Ouvimos conchas do mar e convidamos os passantes a ouví‐las e entrar no espelho d'água. A analogia da concha acústica com a concha do mar e a tentativa de ouvir, no silêncio da concha, o som de um outro espaço ou de um outro tempo, cria um estímulo para a transcendência e a reinvenção do lugar cotidiano que se encontra impregnado pelo signo da vigilância. Ao dialogar com o elemento arquitetônico e remontar à memória do espaço, a performance convida o transeunte a refletir sobre seu próprio corpo no espaço urbano e como este pode ser transformado pela sua ocupação e interferência.

Criação e performance: Ana Reis e Cássia Nunes
Vídeo: Guarany Lavor e Ricardo Alvarenga
Fotos: Thiago Carvalho
Duração: 3 dias, média de 3 horas por dia
Locais de realização:
Praça Tubal Vilela, Edital de seleção Projeto Arte Móvel Urbana 2010 ‐ Secretaria Municipal de Cultura de Uberlândia














Mulher sobre Torno

Mulher sobre Torno
performance, 2010

sujeito não é base nem produto, mas a possibilidade permanente de um certo processo de re-significação, que é desviado e bloqueado mediante outro mecanismo de poder, mas que é a possibilidade de retrabalhar o poder.
Judith Butler

Uma mulher sobre um torno de cerâmica move-se constantemente envolta de si mesma, manipula objetos e cores, provoca alterações em seu rosto, amplifica e distorce sua respiração e voz. Explora identidades possíveis de serem “acopladas” ao seu corpo numa recriação dos modos pelos quais ele se mostra ao outro.
Compondo com códigos do feminino, instaura-se um ritual/um show/um teste, que pode ser também um convite ao delírio.

Criação e performance:  Ana Reis
Duração: 35 min.

Locais de realização:
Mostra de Cinema Jodorowsky, Festival de Dança do Triângulo/Uberlândia - MG
Festival de apartamento/Campinas - SP









Fluxograma

Fluxograma
performance, 2008

adentrei as escamas
de uma constituição desconhecida
em relevos espectrais do desejo
localizei o estanque
no correr
de
um
fluxograma
vetor de espaço disforme
cartografia da pele demarcada
configuração de novos mapas
na paisagem rizomática da corporeidade

Fluxograma é um processo de processos, sensibilização do corpo, embate‐encontro entre matérias, fluxos e potências.

Criação: Ana Reis
Orientação Paulo Buenoz
Locais de realização:
1, 2 na Dança/Uberlândia ‐ MG, Performance no empório/Goiânia ‐ GO








Trajeto com Beterrabas

Trajeto com beterrabas
performance, 2008

Ao apropriar-se da ação de ralar beterrabas levando-a até a exaustão, a performance apresenta um processo de transformação, criando um ambiente de acumulações e tingimento. A repetição dos gestos e o cansaço imprimem desenhos no corpo e no espaço ativando as potencialidades de deslocamento e reinvenção da ação cotidiana no território urbano.

Criação e performance:  Ana Reis
Agradecimentos: Cássia Nunes, Castor Assunção, Guarany Lavor, Thiago Costa, Ricardo Alvarenga, Wagner Schwartz
Duração: 20 min.

Locais de realização: 
Corpos, espaços e interferências e Olhares sobre o corpo/Uberlândia - MG, Visões urbanas / São Paulo - SP, Paisagem ambulante / Belo horizonte - MG, Plataforma Internacional de Dança/Salvador-BA, Ocupa Goiânia/Goiânia-GO